quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Chapter I - Semi-fusa


Arrancada, ó palavra foste
Do teu leito imaculado
E entregue está ante a dama da canção
Enigmada canção, de sinfonia diminuta
Arrastada, aquecida... e ao mesmo tempo fria!
De notas determinadas e em parte confusa
desenhada em uma partitura vermelha
com corações acoplados a cada clave
Claves suspeitas e apagadas, mas também fortes e vivas!
Maestria dissonante, majestosa petulância
Soneto vivo e aprendido, projeto amado, amor sentido!
Melodia doce e pesada!
Parece-me o arrastar de correntes
E logo após ouço-as romperem e caírem sobre o chão cinzento
Onde os descalços e alvos pés da dama passara outrora
Conduzida pela sinfonia orquestrada pelo seu senhor
Seus passos curtos escondiam a sua ansiedade
Mas os seus olhos não podiam esconder o seu amor
Vai-te! descansa-te! dizia a voz do seu senhor
que entre uma nota e outra declamava frases de consolo
Mas a dama com a garganta irrita do sereno que caía no castelo
Em baixa voz respondia: tudo é tão confuso...
Vai-te! esforça-te! encontra-te!(encontra-o)
E a música não tem fim.

Um comentário:

Bruna Trindade disse...

É...Existem músicas que são intermináveis. Melodias que são infindáveis. Não finitas!
E se assim não fossem, muito distante estariam do que é o amor. Se as notas acabassem, se todos os recursos musicais se esvaíssem, se os instrumentos não suportassem, longe estariam do que é o amor.
Porque o amor "Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta"(1Co 13:7).
Ainda que as notas sumissem, o que há de santo, divino, puro e supremo permaneceria!
"Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor."(1Co 13:13)